Quantas histórias cabem num ônibus?
No ônibus ou no metrô vamos esbarrando com pessoas e com suas histórias
Desde quando eu comecei a andar de transporte público com frequência, eu acabei adquirindo o gosto de ir observando as pessoas que estavam naquele espaço comigo. Quantas pessoas ali têm suas vidas, seus sonhos e suas rotinas. Têm suas famílias e amigos, as pessoas que amam e com quem partilham a vida. Essas pessoas possuem um passado: quem eram eles cinco anos atrás? Será que já sofreram por amor ou por alguma perda? O que será que já deixaram para trás?
Tenho vontade de sentar e conversar com cada uma dessas pessoas e pedir para que me contem qual é a sua história. Queria que compartilhassem comigo o que as deixa feliz, do que gostam e do que não gostam. Gostaria de poder escrever sobre cada uma dessas personalidades nos mínimos detalhes, transcrevendo seus sentimentos, dores e alegrias em alguns parágrafos com frases bem pensadas.
São diversos os estereótipos numa cidade absurdamente grande como São Paulo, mas ninguém é igual a ninguém, isso é óbvio. Cada um sabe o que viveu e o que vive.
Gosto de pensar que nunca sabemos o que o outro está passando, o que está acontecendo naquele momento da sua vida, e que isso é o que deixa tudo mais interessante, de certa forma. É o que mais faz a minha imaginação ir longe só de observar a pessoa por alguns minutos na viagem indo de um lugar para outro e pensar numa história para ela enquanto não chega o momento de a conhecer realmente.
Nos vagões do metrô e ônibus da vida, vou observando tais personagens e imagino seus sonhos e para onde estão indo. Ou fico imaginando para onde elas estão indo ou voltando; o que elas fazem da vida; quem são e como são com as pessoas que amam. Posso dizer que as uso como inspiração para o que eu ainda vou escrever um dia.